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11 Nov

Quinta da Variorum1

A Quinta da Variorum, é desde o inicio um projecto concubino, começou a ser pensada há bastantes anos, talvez 20, a idealização tinha como princípio adequar e construir um espaço rural que se assemelhasse ao vivido na infância primeira de um dos concubinos, era uma quinta onde havia família, fruta, água para rega de pé nos terrenos agrícolas, um rio circundante, moinhos de água, lagares de azeite e de vinho, enfim, a vivência que se deseja de vida. Além destas importâncias, e que não são pequenas, havia que somar a vida vivida dos concubinos e a que haverá para viver, a segunda meninice, claro que há quem lhe chame terceira idade.

O espaço que encontramos, não sendo especial, na altura pareceu-nos ser possível adequá-lo ao idealizado, sobretudo por: apresentar capacidade de se obter água com facilidade, dada a existência de uma pequena charca, assente no nível freático, que permitiria regar o que viesse a ser plantado; por ter boa acessibilidade, a estrada para a aldeia atravessa a propriedade; por ter um ribeiro, é certo que adventício; por ter limite de propriedade numa cumeada de onde se tem um largo horizonte; e porque se constitui em vários espaços provocados especialmente pelas características geofísicas e infraestruturais, a parte urbana fica junto da estrada para a aldeia, do lado norte. Foi aí que se construiu o portão de acesso, bonita entrada, ampla e arredondada convidando à entrada a qualquer visitante. Por principio sempre aberto, o portão.

O primeiro passo foi alargar o perímetro da charca, criou-se um plano de água que no verão tem cerca de 800m2, e em seu redor foram plantadas árvores de sombra, tílias, aceres, grevíleas, magnólias grandifloras, castanheiros da índia, olaias, entre outras, são árvores que proporcionam sombra de qualidade para se constituir um parque arbóreo destinado ao passeio e descanso, e porque não fazer uma tarde de merendas. A vivência da charca é variada, patos bravos, galinholas, lontras, peixes e anfíbios.

A intenção inicial sempre foi dotar o espaço rural e a mata com a permissibilidade e capacidade de utilização e visitação, ou seja, que quem vier à Quinta da Variorum possa usufruir e tomar conhecimento do que existe, e quando houver fruta nas árvores, essa fruta possa ser colhida e comida, de preferência debaixo da árvore. Garanto que é outro sabor. É chinchada pura, só sabe quem já praticou.

A parte rural, plantada pelos concubinos, compõem-se de frutos de casca dura, e oliveiras. Os frutos de casca dura, amêndoa, noz e avelãs, intervalados pelas arbequinas, picual, cobrançosa, verdial, frontelha, galega,entre outras, distribuem-se pelo espaço além-ribeiro até à mata sul da propriedade. O amendoal e as cerejeiras são das primeiras flores da primavera, mas que regalo ver a disparidade de cores que umas e outras têm, é um convite ao passeio por entre elas e observar as atarefadas abelhas no seu árduo trabalho da polinização. As cerejeiras estão junto da estrada para a aldeia, do lado da charca. Na mata sul tropeça-se em pinho manso, sobro e medronho. Ah!, o medronho, mas que fruto silvestre este, só existente na mata mediterrânea, é de comer e chorar por mais, e quando destilado no inicio do inverno, o medronho, que bela bebida, também se pode marinar medronho em aguardente.

A outra parte rural da propriedade, já existente aquando da aquisição, localiza-se a norte, e compreende áreas de mata, área de vinha, área de pinhal e de eucaliptal.