A CASA DE BESTEIROS, AGRO-TURISMO, está implantada em local altaneiro na QUINTA DA VARIORUM.
Conta-se que os guardiões, BESTEIROS, guardas e acompanhantes do rei D. Manuel, século XVI, nas suas estadas pelo Paço da Ribeira de Muge, e nas caçadas pela charneca ribatejana, então lugar de excelentes caçadas, acampavam na área onde nos situamos.
O Paço da Ribeira de Muge, mandado edificar pelo rei D. Manuel para residência dos escravos negros utilizados no apoio às caçadas reais, hoje bastante degradado e em ruínas, passou mais tarde, a ser conhecido por Paço dos Negros, é bem elucidativo da relação da realeza com a charneca ribatejana.
O topónimo da actual povoação de Paço dos Negros advém da adulteração do nome do Paço da Ribeira de Muge para Paço dos Negros.
O maior acréscimo populacional de Paço dos Negros dá-se em meados do século XX, fruto das migrações de gente nova da Beira Litoral, nomeadamente da zona de Soure, vinham para os trabalhos agrícolas nos canteiros do arroz, aqui ficaram os “Barrões” e as “Barroas”, aqui criaram os filhos que hoje fazem parte integrante da população.
Ao longo da Ribeira de Muge, nomeadamente na “Quinta da Ponte Velha”, onde se encontram ruínas de uma antiga ponte de arcos, possivelmente romana, foi o fulcro da recepção e sustento dessa migração.
A existência de moinhos de água, hoje inactivos, embora alguns visitáveis, são demonstrativos da quantidade de água na Ribeira de Muge e da actividade cerealífera que em tempos se praticava nos campos da charneca ribatejana.
Não é claro o porquê da existência de quantidades tão significativas de jorra, junto da actual ponte na Ribeira de Muge, na estrada para a Lamarosa, certo é que à superfície é possível, ainda hoje, encontrar ferrites e outros minerais ferrosos. Se há minerais à superfície, lenha/madeira nas matas para gerar calor, e água com abundância na Ribeira de Muge, porque não inferir que aí houve fundição do ferro?!
A QUINTA DA VARIORUM situa-se no lugar de Arneiro da Volta, freguesia da Raposa, concelho de Almeirim, distrito de Santarém.
QUINTA DA VARIORUM, nome derivado do latim, por si só designa variedade de coisas.
Na QUINTA DA VARIORUM, com 7,5Ha, podem apreciar-se: a diversificada mata de sobro, pinho e eucaliptal, com amplo e variado coberto vegetal autóctone, incluindo grandes quantidades e variedades de medronheiros, os seus frutos, comestíveis, colhem-se no outono/inverno, destilados, dão belíssima aguardente.
A área agrícola divide-se em duas zonas diferenciadas, a zona da vinha e a zona do amendoal, nogal, olival, e avelanal. Em fevereiro/março deslumbram-se os olhos e os sentidos ao apreciarem a variedade de cores, cheiros e a azáfama dos insectos, nomeadamente os melíferos, com as flores das amendoeiras e cerejeiras.
Entre a área urbana da propriedade e zona do amendoal, nogal e avelanal deve repousar no parque das merendas, área de descanso e lazer, plantada com larga variedade de árvores de sombra, apreciar a pequena “barragem” com os seus habitantes nativos, podemos ser surpreendidos por lontras, galinholas, patos bravos e guarda-rios.
A parte urbana da QUINTA DA VARIORUM, integra a área da entrada, o chafariz e o caminho para a CASA DE BESTEIROS. É pela alameda das macieiras que se chega ao parque das pimenteiras, a sombra natural do parqueamento. Neste espaço urbano estão plantadas variedades de fruteiras mais antigas, convidando os nossos visitantes à pratica da “chinchada”.